Alcobaça - Dê lugar ao amor

Alcobaça, cidade do distrito de Leiria, foi doada por D. Afonso Henriques aos monges Cistercienses a 8 de Abril de 1153. É conhecida como Cidade do Amor ou não fosse  o lugar onde repousam para a eternidade os protagonistas da mais apaixonante e trágica história de amor do Reino de Portugal: D. Pedro e Dª Inês de Castro.

 Iniciamos este percurso, circular de cerca de 8 kms, à descoberta de Alcobaça junto ao Edifício dos Paços do Concelho. O Chalet de Oriol Pena situava-se na Quinta da Gafa e em finais do século XIX Oriol Pena mandou construir este chalet para sua habitação. Não tendo deixado descendência, após a sua morte o município adquiriu o imóvel em 1931, tendo sido realizadas obras de remodelação até ter sido em 1948 adaptado para Paços do Concelho.
De estilo romântico é influenciado pela tipologia de construção Suiça, com telhados inclinados e elementos gótico-renascentistas, fazendo-o parecer saído de um qualquer conto de encantar...


 

Paramos junto à Igreja de Nossa Senhora da Conceição, reconstruída em 1648, e que teria sido o primeiro local onde se fixaram os monges enquanto projectavam a construção de um mosteiro.
                                           
Logo em seguida uma paragem no Jardim do Amor. Local aprazível  construído junto ao local onde os rios Baça e Alcoa confluem. Neste lugar encontra-se uma das mais antigas centrais hidro-eléctricas do país, que hoje é um núcleo museológico da EDP.
Neste jardim para além de uma escultura de dois tronos reais, simbolizando os tronos de D. Pedro e Dª Inês, um enorme coração símbolo do mote do concelho "Dê lugar ao Amor", pode ainda ver-se alguns palacetes circundantes.


Daqui encaminhamo-nos para a Igreja da Misericórdia, edificada em 1520 apresenta uma arquitectura maneirista. Daqui subimos rumo ao que resta do castelo...supostamente remonta ao tempo dos visigodos, passou por diversas fases, foi reconstruido pela Ordem de Cister, parcialmente destruido pelo terramoto de 1755, em 1838 já na posse da Câmara Municipal foi decidido arrasá-lo e utilizá-lo como pedreira para novas construções em Alcobaça (tendo sido as pedras do castelo vendidas para construção de outros edifícios), votado ao abandono teve algumas intervenções em 1956 aquando da visita de Isabel II de Inglaterra e embora esteja minimamente limpo não passa ruínas com vista privilegiada.

 

Atravessamos a zona da Levada (braço do rio Alcoa desviado pelos monges para abastecer o mosteiro de água potável).
 

 

 


Uma paragem junto ao Chalet Rino, residência de José Pereira Rino datada de 1891/92 e impantada em terrenos da antiga cerca. Na década de 70, Maria Cristino Rino, herdeira do Chalet e casada com um filho de Eça de Queiróz, doou o Chalet à Congregação de S. José de Cluny, que vendeu todo o recheio (um dos mais ricos de Alcobaça à época) e adaptou-o a escola, que ainda hoje funciona.



Daqui encaminhamo-nos para a jóia do coroa: o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, exemplar único na sua estrutura medieval. Mandado edificar por D. Afonso Henriques, está intimamente ligado à fundação de Portugal. Na imponente e fascinante fachada barroca as estátuas de S. Bernardo e S. bento e no cimo com uns impressionantes 4 metros de altura (embora vista da entrada pareça pequenina) uma imagem da Virgem Maria. São também visíveis estátuas invocativas das quatro virtudes cardeais: Temperança, Justiça, Fortaleza e Prudência. 
No interior a imponente Igreja é simples, desprovida de ornamentos e despretensiosa.








Para além de outras belezas que podem ser observadas no interior, chama a atenção uma rara representação de Cristo enquanto Jovem (sabemos que a maioria das representações de Cristo são na sua idade infantil e adulta).
Daqui voltamos ao ponto de partida e ao longo do caminho vamos apreciando pequenos pormenores que envolvem a cidade numa aura de beleza e descoberta.










Terminamos este passeio pela cidade do Amor junto ao Mercado Municipal...e a ser verdade o ditado " Quem passa por Alcobaça não passa sem cá voltar", havemos de voltar para descobrir novas maravilhas...








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