O tempo não convida a grandes aventuras, mas isso não impede que se desfrute uma bela manhã, com boa companhia e contacto com a natureza. Assim, porque a chuva deu uma trégua durante a manhã, hoje fomos descobrir o Percurso das Termas do Rei.
Este é um percurso de Pequena Rota, circular, com cerca de 7kms, na sua maior parte em estradões e caminhos de pé posto, é um percurso bem assinalado que permite que o mesmo seja percorrido sem guia e sem ninguém se perder :) e que se percorre facilmente em cerca de 1h30 (Já com o tempinho para as fotos da praxe)
Para quem possa não conhecer, Monte Real é uma é uma freguesia do Concelho de Leiria e foi sede de concelho entre 1292 e e o inicio do século XIX, conhecida pela sua estância termal que remonta à ocupação romana em Portugal.
É costume atribuir-se à Rainha Santa a cura de doentes, mas só em 1806 o Bispo de Leiria D. Manuel Aguiar mandou captar o manancial hidrológico e construir um balneário. Aqui se encontravan as águas mais sulfatadas cálcicas da Península, classificando-se como frias, mesosalinas, sulfidricas cálcicas e magnésicas, cloretadas e bicarbonatadas mistas. Contêm elementos raros de valor e, em quantidades ponderáveis tais como iodo, bromo, flúor, arsénio e outros.
Começamos junto ao imponente hotel Palace Monte Real, um edifício que durante alguns anos esteve abandonado mas que renasceu qual fénix, tornando-se num hotel de excelência e de referência.
Lá no cimo da colina espera-nos o que resta do Paço Real e da Capela da Rainha Santa Isabel. Há quem defenda que resultou da reconstrução de um castro pré-histórico outros que foi um Paço construído de raiz para permitir ao Rei acompanhar a plantação do Pinhal de Leiria e para que a Rainha pudesse desfrutar das águas milagrosas que ali brotavam... a verdade é que o Paço, ou o que resta dele é uma marca indelével do empreendedorismo de um dos maiores Reis da nossa história.
Entramos no espaço que rodeia o Hotel e o complexo termal e vamos descobrindo trilhos, cantos e recantos perfeitos para prática desportiva.
E heis que chegamos ao Complexo Termal, outrora frequentado por pessoas de todos os cantinhos de Portugal e que enchiam a povoação de gente, de agitação, de cores e conversas. Ainda existem os edifícios originais que convivem com o moderno complexo construído nos anos 90 e que infelizmente está encerrado à cerca de 4 anos, por razões não completamente claras as águas termais foram contaminadas e salinizaram-se.
Seguindo as marcações, contornamos o complexo e entramos numa estrada de campo, ladeada por campos agrícolas que nos permite respirar ar puro, observar a imensidão de terrenos de cultivo e o sistema de canais de rega.
A estação elevatória das Salgadas (povoação que supostamente deve o seu nome ao facto de estes terrenos esconderem uma jazida de sal gema).
Daqui tomamos o caminho que percorre a margem esquerda do Rio Lis, hoje um bocadinho lamacento, mas ainda assim cheio de encanto.
No final deste caminho, chegamos à estrada nacional, atravessamos a passadeira e começamos a subir colina, apreciando a vista e as maravilhas que a vegetação circundante nos proporciona.
Lá no cimo da colina espera-nos o que resta do Paço Real e da Capela da Rainha Santa Isabel. Há quem defenda que resultou da reconstrução de um castro pré-histórico outros que foi um Paço construído de raiz para permitir ao Rei acompanhar a plantação do Pinhal de Leiria e para que a Rainha pudesse desfrutar das águas milagrosas que ali brotavam... a verdade é que o Paço, ou o que resta dele é uma marca indelével do empreendedorismo de um dos maiores Reis da nossa história.
Logo ali o lado, descendo a escadaria encontramos a capela mandada construir na primeira metade do século XVII por D. Martim Afonso Mexia, bispo de Leiria, para evitar que o Duque de Caminha ali construísse um palácio que iria destruir o Paço Real.
Aqui recomenda-se olho vivo, porque a marcação do caminho a seguir está um pouco escondida :)
Entramos numa rua estreita, naquela que é a parte mais antiga da povoação e encaminhamo-nos para o Largo do Pelourinho, o actual pelourinho é uma obra quinhentista tardia e fica situado no sopé da estrada de acesso à vila velha, servindo de marco limítrofe para a antiga circunscrição. "Trata-se de um singelo conjunto de fuste cilíndrico, talhado na base em forma quadrangular, levantado sobre três altos degraus circulares, e rematado por uma "pinha" cónica; como única decoração ostenta o escudo de armas de Portugal, embora seja provável que tivesse incluído uma decoração superior metálica, ao modo de cata-vento. Regista-se ainda a data de 1573, inscrita no topo do fuste." Infelizmente, aparenta pouco cuidado...
Daqui descemos rumo à parte nova da povoação
E heis-nos chegados ao centro da povoação...onde ainda há uns anos as ruas fervilhavam de gente que acorria às termas, onde todos os hotéis, pensões e casas de hóspedes enchiam, onde subiam conversas no ar nas noites de Verão passadas no icónicos bancos de azulejo. Observamos três edifícios marcantes: a GNR, o Posto de Turismo e o Cine Teatro, outrora cheio de cor e de vozes que ecoavam nos bancos da esplanada... e nos bancos do jardim...
E voltamos ao ponto de partida, junto à Igreja Paroquial, dedicada a São João Baptista.
E assim se passou um belo pedaço de manhã... que pouco depois se tornou chuvosa e ventosa. Uma espécie de "trip down memory lane" numa terra que tem uma mística e uma energia muito especial para além de albergar histórias e memórias de muitas gerações. Visitem... vale a pena... garanto :)
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